As seguintes palavras de Allan Kardec justificam a necessidade de um estudo contínuo e sistematicamente organizado da mediunidade na Casa Espírita : Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos,com que muitos topam na prática do Espiritismo,se originam da ignorância dos princípios desta ciência [. . . ].Se bem cada um traga em si o gérmen das qualidades necessárias para se tornar médium,tais qualidades existem em graus muito diferentes e o seu desenvolvimento depende de causas que a ninguém é dado conseguir se verifiquem à vontade.As regras da poesia,da pintura e da música não fazem que se tornem poetas,,pintores,ou músicos os que não têm o gênio da alguma dessas artes. Apenas guiam os que as cultivam,no emprego de suas faculdades naturais.O mesmo sucede com o nosso trabalho.Seu objetivo consiste em indicar os meios de desenvolvimento da faculdade mediúnica,tanto quanto permitam as disposições de cada um,e,sobretudo,dirigir-lhe o emprego de modo útil,quando ela exista.
[...]De par com os médiuns propriamente ditos,há,a crescer diariamente,uma multidão de pessoas que se ocupam com manifestações espíritas.Guiá-las nas suas observações,assinalar-lhes os obstáculos que podem e hão de necessariamente encontrar,lidando com uma nova ordem das coisas,inicia-las na maneira de confabularem com os Espíritos,indicar-lhes os meios de conseguirem boas comunicações,tal o círculo que temos de abranger,sob pena de fazermos trabalhos incompletos.[...]A essas considerações ainda aditaremos outra,muito importante: a má impressão que produzem nos novatos as experiências levianamente de gerar ideias falsas acerca do mundo dos Espíritos e de dar azo à zombaria e a uma crítica quase sempre fundada.
De tais reuniões,os incrédulos raramente saem convertidos e dispostos a reconhecer que no Espiritismo haja alguma coisa de sério. Para a opinião errônea de grande número de pessoas,muito mais do que se pensa têm contribuído a ignorância e a leviandade de vários médiuns.Desde alguns anos,o Espiritismo há realizado grandes progressos:imensos,porém,são os que conseguiu realizar,a partir do momento em que tomou rumo filosófico,porque entrou a ser apreciado pela gente instruida.
Presentemente,já não é um espetáculo:é uma doutrina de que não mais riem os que zombavam das mesas girantes.Esforçando-nos por levá-lo para esse terreno e por mantê-lo aí,nutrimos a convicção de que lhe granjeamos mais adeptos úteis,do que provocando a torto e a direito manifestações que se prestariam a abusos.
Conceito,Objetivo,Pré-Requisito e Consequências Do Estudo da Mediunidade:
O Curso Estudo e Prática d Mediunidade ,realizado na Casa Espírita,é uma reunião privativa que prioriza a participação efetiva dos inscritos por meio de atividades grupais e plenárias.Tem como objetivo estudar de forma metódica,contínua e séria,a teoria e a prática da mediunidade,à luz da Doutrina Espírita e dos ensinamentos morais do Cristianismo.Os participantes do estudo da mediunidade devem ter concluido o Curso Sistematizado da Doutrina Espírita/ESDE,proposta da FEB ou cursos equivalentes.
O Estudo da Mediunidade tem ,segundo Kardec,as seguintes consequências:[...]provar materialmente a existência do mundo espiritual.Sendo o mundo espiritual formado pelas almas daqueles que viveram,resulta de sua admissão a prova da existência da alma e a sua sobrevivência ao corpo.As almas que se manifestam,nos revelam suas alegrias ou sofrimentos,segundo o modo por que empregaram o tempo de vida terrena;nisto temos a prova das penas e recompensas futuras.Descrevendo-nos seu estado e situação,as almas ou Espíritos retificam as ideias falsas que faziam da vida futura[...].Passando assim a vida futura do estado de teoria vaga e incerta ao de fato conhecido e positivo,aparece a necessidade de trabalhar o mais possível,durante a vida presente[...]em proveito da vida futura[...].A demostração da existência do mundo espiritual que nos cerca e de sua ação sobre o mundo corporal,é a revelação de uma das forças da Natureza e,por consequência,a chave de grande número de fenômenos até agora incompreendidos,tanto na ordem física quanto na ordem moral.
(Este texto foi retirado do Programa Estudo e Prática da Mediunidade,página 15/16- Programa I / FEB)
As influências podem ser boas ou más.Podem vir de espíritos superiores ou inferiores.Quando levamos em frente determinadas ações que tenham origem em influências de espíritos,estamos agindo,em última instância,com base em nossos próprios valores,já que é preciso ficar claro que a intuição não elimina o livre-arbítrio.Deste modo,como frisa Alexandre Lobato;
"O importante é destacarmos o caráter moral que essa influência traduz.Sendo uma boa influência,e quando dizemos boa é aquela que se afina com os ensinos do Evangelho,é o que importa,e a partir daí abraçaremos esta influência e muito prazerosamente nos deixaremos guiar por ela.Não é preciso ser espírita para exercermos este critério."
A Doutrina nos ensina que não é fundamental sabermos exatamente se a origem dos pensamentos são próprios ou de influências espirituais,importando sim,o aspecto moral e as escolhas que fazemos.Ou,como frisou Kardec no Livro dos Espíritos,"quando um pensamento vos é sugerido,tendes a impressão de que alguém vos fala.Geralmente,os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar.Afinal,não vos é de grande interesse estabelecer essa distinção.Muitas vezes,é útil que não saibas fazê-la.Não a fazendo,obra o homem com mais liberdade.Se decide pelo bem,é voluntariamente que o pratica;se toma o mau caminho,maior será a sua responsabilidade."
A intuição é a faculdade mediúnica que comprova de maneira clara que todos os seres humanos são médiuns.afinal,por mais trivial que seja a situação,já ouvimos a voz que nos fala de dentro,mesmo que tenhamos consciência disto.Sendo assim,é preciso darmos crédito a esta faculdade Divina,pois como disse Kardec,"escutai essa voz interior,esse bom gênio,que incessantemente vos fala,e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo guardião,que do alto dos céus vos estende as mãos.
Repito: a voz íntima que fala ao coração é a dos bons espíritos e é deste ponto de vista que todos os homens são médiuns."
(Texto da Revista Doutrina Espírita- Ano 1,nº1 - 2008 / Página,12)
Importante levar-se em conta que a manifestação anímica ocorre em razão de algum tipo de estímulo,de fator desencadeante,do exterior,que desata reminiscências íntimas,encontradas em certo estado de acomodação.
Tais reminiscências vêm à tona,exteriorizando-se por meio de palavras,de atos,de gestos,ou não podendo tão-só despontar no psiquismo,alcançando as zonas do pensamento em forma de lembranças,saudade sem que se saiba de quem ou de que,tristezas infundadas,sem qualquer exteriorização.
Pode ocorrer que elementos de encarnações precedentes,próximas ou remotas,emerjam na superfície da mente,deixando a nitída impressão, a quem está sofrendo o fenômeno,ou a quem está lidando com esse alguém,de que se trata de manifestação de uma mente estranha atuando sobre o sensitivo encarnado.
Podem se dar,ainda,simulações de manifestações mediúnica,quando "desatam" na mente do encarnado elementos da mesma encarnação,mas vividos e represados na infância,na juventude ou mesmo na fase adulta,elementos esses que rompem a carapaça criada por incontáveis situações,e se apresentam com aspectos capazes de confundir a grande maioria dos que lidam nessa área,sejam médiuns,doutrinadores ,espiritistas ou não.
O sensitivo com características anímicas não tem consciência,a princípio,de que o é.Sofre o fenômeno e garante que é fundo mediúnico,em virtude dos dados estranhos,diferentes,que se apresentam durante o surto.
Os doutrinadores,quando se trata de reuniões mediúnicas,são levados a crer na versão mediúnica pelos mesmos motivos.Costumam se dar alterações fisionômicas ou vocais,modificação de grafia e o sensitivo pode se mostrar mais ou menos hábil em vários setores da sua intelectualidade.Não esqueçamos que á a "porta" de um pretérito mais ou menos rico de valores que irrompe,como magna de um vulcão,jorrando para o exterior substâncias que até então eram desconhecidas,por estarem representadas em sua intimidade.
A principio,é muito difícil fazer-se distinção entre manifestação anímica e manifestação mediúnica.É muito tênue o véu que separa uma da outra.No entanto,Allan Kardec admite que se pode distinguir se um Espírito que se comunica,que responde a algo,é ou não o do médium"pela natureza das comunicações,Estuda as circunstâncias e a linguagem e distinguirás.Por isso é quete digo: estuda e observa."
Bem se vê que não é uma distinção que se possa fazer de uma olhada ou mera desconfiança.É necessário o apoio da investigação,do estudo atilado,ao largo do tempo.É preciso que se desenvolva o senso de observação aquele que tem necessidade de estabelecer a distinção entre um e outro tipo de fenômeno.
Kardec reforça a importância de se aprofundar a observação quando é indagado a respeito de médiuns que trazem consigo bagagens de conhecimentos esquecidos,de outras existências,que podem fluir quando esses mesmos médiuns se acham como Espíritos,em estado de emancipação,fazendo-os exprimir idéias que parecem fora de sua capacidade instrucional.Diz ele,então: "Estuda longamente e medita."
(Do Livro- Desafios da Mediunidade - Jose Raul Texeira / Pelo Espírito Camilo)
Mediunidade e Médiuns :: Pelos Médiuns / Evangelho Segundo Espiritismo:: . . . o médium que quer conservar a assistência dos bons Espíritos deve trabalhar pelo próprio adiantamento:o que quer crescer e desenvolv...
. . . o médium que quer conservar a assistência dos bons Espíritos deve trabalhar pelo próprio adiantamento:o que quer crescer e desenvolver a sua faculdade deve,ele próprio,crescer moralmente,e se abster de tudo o que possa desviá-lo de seu objetivo providencial.
Se os bons Espíritos se servem por vezes de instrumentos imperfeitos,é para dar bons conselhos e diligenciar em os conduzir ao bem:mas se encontram corações endurecidos,e se seus avisos não são escutados,eles se retiram,e os maus têm,então,o campo livre.(Cap.XXIV,nºs 11 e 12).
A experiência prova que, entre aqueles que não sabem aproveitar os conselhos que recebem dos bons Espíritos,as comunicações,após terem brilhado durante certo tempo,degeneram,pouco a pouco,e acabam por cair no erro,na verbosidade ou no ridículo,sinal incontestável do afastamento dos bons Espíritos.
Obter a assistência dos bons Espíritos,afastar os Espíritos levianos e mentirosos,tal deve ser o objetivo dos esforços constantes e todos os médiuns sérios:sem isso a mediunidade é uma faculdade estéril,que pode mesmo reverter em prejuízo daquele que a possui,porque pode degenerar em obsessão perigosa.
O médium que compreende seu dever,em lugar de se envaidecer de uma faculdade que não lhe pertence,uma vez que pode lhe ser retirada,atribui a Deus as coisas boas que obtém.Se suas comunicações merecem elogios,disso não se envaidece,porque sabe que elas são independentes do seu mérito pessoal,e agradece a Deus por haver permitido que bons Espíritos viessem se manifestar por ele. Se dão lugar à crítica,não se ofende com isso,porque não são obra do seu próprio Espírito:diz a si mesmo que não foi um bom instrumento,e que não possui todas as qualidades necessárias para se opor à ingerência dos maus Espíritos: por isso,procura adquirir essas qualidades,e pede,pela prece,a força que lhe falta.
( Texto desta postagem,retirado do Evangelho Segundo o Espiritismo- Cap.XXVIII- item 9)
Há quem defenda a ideia de que o orador espírita não precisa nada preparar,deve falar mediunizado.
Mas parece que a ideia dos espiritos é outra.Segundo Emmanuel,em Seara dos Médiuns,na psicografia de Francisco Cândido Xavier,"ser médium é ser ajudante do Mundo Espiritual.E ser ajudante em determinado trabalho é ser alguém que auxilia espontaneamente,descansando a cabeça dos responsáveis."
Examinemos em O Consolador de Emmanuel a pergunta 392:
392- "Pode contar um médium,de maneira absoluta,com os seus guias espirituais,dispensando os estudos?
- Os mentores de um médium,por mais dedicados e envolvidos,não lhe poderão tolhar a vontade e nem lhe afastar o coração das lutas indispensáveis da vida,em cujos benefícios todos os homens resgatam o passado delituoso e obscuro,conquistando méritos novos.
O médium tem obrigação de estudar muito,observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela própria iluminação.Somente desse modo poderá habilitar-se para o desempenho da tarefa que lhe foi confiada,cooperando eficazmente com os Espíritos sinceros e devotaos ao bem e à verdade.
Se um médium espera muito de seus guias,é lícito que os seus mentores espirituais muito esperem do seu esforço.E como todo progresso humano,para ser continuado,não pode prescindir de suas bases já edificadas no esforço e no tempo,o médium deve entregar-se ao estudo,sempre que possível,criando o hábito de conviver com o espírito luminoso e benéfico dos instrutores da humanidade,sob a égide de Jesus,sempre vico no mundo,através dos seus ensinos e da sua exemplificação.
O costume de tudo agradar de um guia pode transformar-se em vício detestável,infirmando as possibilidaes mais preciosas da alma.Chegando-se a esse desvirtuamento,atinge-se o declive as mistificações e das extravagâncias doutrinárias,tornando-se o médium preguiçoso e leviano responsável pelo desvio de sua tarefa sagrada."
Somos,não dependentes dos espíritos,mas sim,seus colaboradores.Sempre a faculdade de expor poderá ser inspirativa.Muito poucas vezes,é permitida pelo plano espiritual,em exposições,a interferência direta das entidades superiores.A sintonia com a Esfera Superior quase sempre acontece,a isto nos levando o estudo,a oração,a meditação e o trabalho da exemplificação de nossos atos e atitudes.
(Texto do Livro- Comunicação espírita /Therezinha Radetic / Editora EME.)
Uma abordagem sobre exposição e oratória.
O médium,por execente que seja a sua assistência espiritual,não deve descuidar-se da própria vigilância,lembrando sempre de que é uma criatura humana,sujeita,por isso,a oscilações vibratórias,a pensamentos e desejos inadequados.
Devemos ter sempre na lembrança a palavra de Emmanuel:
<< Os médiuns,em sua generalidade,não são missionários na acepção comum do termo;são almas que fracassaram desastradamente,que contrariaram,sobremaneira,o curso das leis divinas e que resgatam,sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades,o passado obscuro e delituoso.
o seu pretérito,muitas vezes,se encontra enodoado de graves deslizes e erros clamorosos.>>
Quando o médium guarda a noção de fragilidade e pequenez,pela convicção de que é uma alma em processo de reenção e aperfeiçoamento,pelo trabalho e pelo estudo,está-se preparando,com segurança,para o triunfo nas lides do Espírito Eterno.
Entretanto,quando começa a pensar que é um missionário,um privilegiado dos Céus e que os próprios Espíritos Superiores se sentem honrados e distinguidos por assisti-lo,é,sem dúvida,um companheiro em perigo.
E' um forte candidato à obsessão e ao fracasso.
A vaidade é o primeiro passo que o médium dá no caminho da desventura.
A senda do desequilíbrio se abre,larga e sedutoramente,ao medianeiro encarnado que entroniza,no altar do coração invigilante,a imponente figura de sua Majestade- O Egoismo.
Esforcemo-nos,portanto,no sentido de realizar a humildade e o espírito de serviço,em benefício da nossa paz,porque,em verdade,nenhum de nós venceu,ainda,a si mesmo.
(Texto do Livro- Estudando A Mediunidade- Capitulo VII,Página 45.)
. Martins Peralva.
A faculdade mediúnica é um instrumento de alto valor na conquista de novos conhecimentos,na prestação de serviço ao próximo,no desenvolvimento de virtudes e no resgate de débitos pessoais.Não depende de sexo,idade,condição social,etc . . . ,podendo surgir na infância,adolescência,juventude,idade madura ou na velhice.
Pode revelar-se na Casa Espírita,em casa particulares,em igrejas,no materialista,no religioso,etc.Sua eclosão pode apresentar vários sintomas,tais como;
- Reações emocionais insólitas,sensações de enfermidade,calafrios,mal estar,irritações estranhas ou sem razão aparente.
A primeira necessidade do médium é evangelizar-se. As qualidades que atrem os bons Espíritos são: bondade,benevolência,simplicidade de coração,amor ao próximo,desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: orgulho,inveja,ciúme,ódio,cupidez,sensualidade,etc. O bom médium,sob o ponto de vista espiritual,será aquele trabalhador que melhor se harmonizar com a vontade de Deus.
Deve ser frugal na alimentação,abster-se de vícios,evitar o baixo palavreado e dominar os sentimentos passionais.Disporá então de bons elementos fluídicos,que poderão se transmitidos aos necessitados.
Nada verdadeiramente importante se adquire sem trabalho. O médium tem a obrigação de trabalhar em todos os instantes,pela sua própria iluminação.Aqueles que procuram trabalhar no campo da mediunidade,devem ter o propósito de desenvolver um trabalho de interesse coletivo e não exclusivamente pessoal.
Por certo,o médium será também beneficiado,mas este não deve ser o seu objetivo.Para isso deve procurar a sintonia com os Espíritos Superiores,em busca da inspiração e do fortalecimento de seus bons propósitos.
A educação da mediunidade se consegue pelo estudo consciente da Doutrina Espírita,perseverança no compromisso,evitando impor-se,exigindo sucesso e aplauso.
O ser humano é constituído de Corpo,Espírito e Perispírito.O Perispírito,termo criado por Allan Kardec,é o laço que une o corpo ao Espírito.Ele é semi-material.É o envoltório do Espírito e tem a forma do corpo.
Quando um Espírito quer comunicar-se,o faz ligando-se ao Perispírito do médium. Portanto,as comunicações espirituais se dão de Perispírito a Perispírito.É inteiramente falsa a idéia de que o desencarnado,para comunicar,entra no corpo do médium.
(Texto extraido do CIEDI- Ciclo Introdutorio de Estudo da Doutrina Espírita)
Roteiro - 21 Página- 78.
Elucidações sobre a Mediunidade:
O Espiritismo,codificado por Kardec,veio à lume para nos dar uma explicação plena sobre esse processo de intercâmbio:
A mediunidade é o mecanismo de intercâmbio com os espíritos.A sensibilidade em relação a influência dos espíritos não é privilégio,fazendo-nos afirmar que todos nós somos portadores desta sensibilidade.
Já a mediunidade ostensiva,aquela em que ocorre a comunicação espiritual em toda sua plenitude,é direcionada a individuos com predisposição orgânica e espiritual a esse propósito.
Os relatos de ocor`rências de comunicações sob processo mediúnico são das mais remotas eras. O nosso conhecimento ocidental nos remete de imediato à nossa conhecida Bíblia.Mesmo com todas as adulterarações e interpolações,a Biblia ainda é um dos maiores repositórios de relatos de natureza moral,bem como de instruções para um despertar espiritual da humanidade.
No trabalho edificante de seus personagens,algumas passagens bíblicas nos deixam bem claro que,em alguns momentos,a relação entre os dois mundos se faz presente. Só que a denominação "mediunidade"não existia e nem existe na Bíblia.Até porque a palavra médium e mediunidade são palavras novas,usadas por Kardec para designar o fenômeno.Mas a fenomenologia,sim,é antiga,porém,sob outras denominações,como:profecia,feitiçaria,adivinhação,sortilégio,visões,carismas eutras tantas denominações.
A mediunidade foi proibida por Moisés em Deuteronômio(18:9-11)e Levítico (20:6)e consentida em Números (11:26-29)onde Eldade e Medade estavam profetizando no Arraial.Esta passagem nos faz crer que não era comunicação em si que Móises proibia,mas simos mecanismos ou talvez a seriedade com que se faziam as comunicações.Mais adiante,no Evangelho Segundo Mateus(12:2),temos a bela passagem da transfiguração de Jesus,que na presença dos apóstolos Pedro,Tiago e João,fez ocorrer ali um fenômeno de materialização.
Apesar do fenômeno mediúnico ser de conhecimento dos grandes iniciados do Oriente,somente no século XIX é que esse mecanismo foi mais bem explicado e popularizado para os ocidentais,através da codificação da doutrina espírita.
O Espiritismo,codificado por Kardec,veio à lume para nos dar uma explicação plena sobre esse processo de intercâmbio.Não havia,até então,uma explicação,mais convincente de como e por que se processara esse fenômeno.
estas comunicações,através das faculdades psíquicas humanas,geralmente eram atribuídas a pessoas especiais,dotadas de poderes sobrenaturais,à fenômenos demoníacos ou até mesmo à loucura.
Na idade Média,muitas pessoas foram levadas à fogueira em decorrência da mediunidade ostensiva. A personagem mais conhecida foi Joana D'Arc,que por ouvir vozes de espíritos,foi condenada a fogueira.
Quando estudamos a Espiritismo fazemos,geralmente,um estudo do mecanismo das manifestações,que se fizeram presentes na casa da familia Fox,na pequena aldeia de Hy-desville,nos Estados Unidos da américa,marco inicial do espiritualismo moderno,depois passado pelas mesas girantes,indo até a codificação feita por Kardec.Inclusive,vale ressaltar a coragem da menina Katie Fox em responder aos raps realizados pelo espírito do mascate Charlie Rosna.
Classificação mediúnica:
A codificação,fruto da observação das comunicações mediúnicas,nos deu as cinco obras básicas:
O Livro dos Espíritos / O Livro do Médiuns/ O Evangelho Segundo o Espiritismo/ O Céu e o Inferno e A Gênese.
Dos livros da codificação, o que destaca o estudo da mediunidade em toda sua plenitude é o LIVRO DOS MÉDIUNS. Nele,Kardec explica:
"Podem se dividir os médiuns em duas grandes categorias:
MÉDIUNS DE EFEITOS FÍSICOS: os que têm o poder de provocar efeitos materiais,ou manifestações ostensivas (questão nº160)
MÉDIUNS DE EFEITOS INTELECTUAIS: os que são aptos a receber e transmitir comunicação inteligentes.(questão nº65 e seguintes.)"
O Capítulo XVI de o Livro dos Médiuns destaca um capítulo inteiro- Dos Médiuns Especiais-detalhando os principais gêneros de mediunidade.
Sempre passando pelo crivo da razão,o conhecimento do mecanismo mediúnico faz com que possamos distinguir a comunicação anímica e de livre pensamento do espírito comunicante.
As informações pelo intercâmbio mediúnico contidas na codificação espírita são um convite à modificação moral de quem as estuda. A educação doutrinária espírita aliada à educação mediúnica faz com que o médium possa conhecer o seu papel,bem como as adversidades que possam advir através do compromisso mediúnico.Lembremos da máxima do Cristo:
"Muito se pedirá de quem muito recebeu." Mesmo assim,notamos também que entre os médiuns ostensivos existe ainda uma diferença no desenvolvimento dessa faculdade.
Encontramos médiuns como se fossem missionários,e vale ressaltar que estes são poucos. A maioria possui a mediunidade com uma característica provacional,que na sua luta diária,à serviço do bem,através da prática da caridade gratuita,tenta se refazer do seu passado,onde em algum momento de sua existência o livre-arbítrio lhe fez algoz. Há outros,ainda,em que a mediunidade se apresenta de forma expiatória,que,na dificuldade de assimilar o compromisso adrede assumido,sofrem com os distúrbios sensitivos,fazendo com que a mediunidade desresgrada os levem a sofrimentos atrozes,chegando ,alguns,até mesmo a serem internados em manicômios.
Deveriamos considerar a mediunidade além do compromisso cármico:também é um compromisso social,onde o trabalho à serviço do Bem pode minimizar a dor de quem busca socorro nas casas espíritas.
(Texto extraido da Revista Cristã de Espiritismo / Codificação,por Francisco De Assis Sousa- Ano 12 /Nº101).
Médiuns sensitivos,ou impressionáveis:
Chamam-se assim às pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga,por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros,sensação que elas não podem explicar. Esta variedade não apresenta caráter bem definido.Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis,sendo assim a impressionalidade mais uma qualidade geral do que especial.é a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras.Difere da impressionabilidade puramente física e nervosa,com a qual preciso é não seja confundida,porquanto,pessoas há que não têm nervos delicados e que sentem mais ou menos o efeito da presença dos Espíritos,do mesmo modo que outras,muito irritáveis,absolutamente não os pressentem.
Essa faculdade se desenvolve pelo hábito e pode adquirir tal sutileza,que aquele que possui reconhece,pela impressão que experimenta,não só a natureza,boa ou má,do Espírito que lhe está ao lado,mas até a sua individualidade,como o cego reconhece,por um certo não sei quê,a aproximação de tal ou tal pessoa.Torna-se,com relação aos Espíritos,verdadeiro sensitivo.Um bom Espírito produz sempre a impressão suave e agradável: a de um mau Espirito,ao contrário,é penosa,angustiosa,desagradável.Há como que um cheiro de impureza.
(Texto extraido do Livro dos Médiuns/ Allan Kardec- Capitulo XIV-item 164)
Médiuns Falantes- Psicofonia:
"Os médiuns audientes,que apenas transmitem o que ouvem,não são,a bem dizer,médiuns falantes.Estes últimos,as mais das vezes,nada ouvem.Neles,o Espírito atua sobre os orgãos da palavra,como atua sobre a mão dos médiuns escreventes. Querendo comunicar-se,o Espírito se serve do órgão que lhe depara mais flexível no médium.
A um,toma da mão:a outro,da palavra;a um terceiro do ouvido.O médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas ideias habituais,aos seus conhecimentos e ,até,fora do alcance de sua inteligência.
Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal,raramente guarda lembrança do que diz.(...)"
O Livro dos Médiuns,questão nº166.